sábado, 12 de setembro de 2015

Capítulo 16 - Meu Próprio Bando


Escola “Santa Virgem”, 10h00.

Hora da pausa, os alunos se espalham pelo pátio da escola e outras dependências. Andy se senta em um canto isolado, fones de ouvido o tirando do tédio solitário de sua realidade escolar.

Após algum tempo, começa a observar os grupos de garotas reunidas por lá, todas de uniforme escolar (blusa social e saia). Examina as curvas e o “tipo” provável, um bom passatempo pelo menos. Quatro delas conversam próximas ao portão, duas sentadas e duas de pé: a mais alta e de pé é uma garota negra de cabelo Black Power. Tem traços de modelo, usa óculos da moda e parece ser a líder do grupo. Uma dupla de irmãs sentadas competem em tamanho de seios, as duas um pouco acima do peso e de cabelos castanhos, uma com cabelos longos cacheados e a outra com cabelos curtos e alisados. Por último, uma garota baixinha, de pé e afastada, muito branca e de franja azul num cabelo preto, não possui nenhum atributo físico que lhe chame atenção.

Andy resume o grupo em: “patricinha-metida”, “tetudas- gordinhas” e “tábua-branquela”. Afastada do grupo, no extremo oposto do Andy e contrastando com as demais garotas, uma jovem de uniforme surrado, All Star de bota e pulseiras de banda de rock, balança a cabeça ao som de música do celular. Ele ri ao reconhecer de quem se trata: Mandy Duncan, a irmã do mecânico.

Mandy está deitada no banco, de olhos fechados enquanto ouve música (System off a Down). De repente fica alerta por conta de um pé cutucando sua bunda.

— E ai, Hello Kitty. — Andy fala, sorriso irônico na face.

Não queria ser vista comigo? Só lamento, pensa ele.

Ela aproveita a posição e dá um chute na barriga do garoto, com força. Ele sente a dor, e leva a mão a barriga.

— ...e ai, Scooby Doo. — ela responde.

Ela retira os fones e muda a postura para ficar sentada, ele se senta ao lado dela enquanto massageia a região dolorida. Sem encarar a garota, meio sem jeito, pergunta:

— Qual o lance com vampiros?

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Capítulo 15 - Correntes e Prisões


Em uma cela solitária e fria, a vampira aguarda.

Ela veste as mesmas roupas de quando foi detida. Provou um pouco da comida e bebida oferecidas apenas para disfarçar, depois aproveitando as idas ao banheiro para pôr tudo para fora. Há duas noites sem se alimentar de verdade, ela sabe que a situação não poderá se estender por muito mais tempo. Para piorar, foi obrigada a ficar desperta durante certos momentos do dia, o que só foi possível devido à grande determinação que possui. Mesmo assim ela foi capaz de pouco mais que manter os olhos abertos, falar brevemente e as vezes, andar de um lado ao outro.

Aaahhhh, Tepezinho, que menino travesso você se revelou! — Pensa ela, enquanto caminha de um lado para o outro, assobiando a introdução da música “Patience”, do Guns in Roses. — Perdendo as estribeiras por causa da sua namoradinha humana.

Ela leva a mão até a altura do abdômen, relembrando o momento em que Adam perfurou seu tronco com a mão nua, até chegar ao seu coração morto.

Parece que você não é tão paz e amor quanto eu imaginei. Me penetrando desse jeito violento, me deixando totalmente submissa as suas vontades. — Ela sorri sozinha — Agora estou realmente fudida.

— Você parece muito alegrinha pra quem está presa, sabia? — comenta a policial Emma, sentada em um banco do lado de fora da cela, enquanto usa o celular.

Jeanne apenas a observa, caminhando lentamente até se escorar nas grades. Estampando um sorriso malicioso no rosto.